terça-feira, 30 de setembro de 2008

Guerra Junqueiro 1850-1923

É o mais típico representante da chamada Escola Nova. Poeta panfletário, as suas poesias ajudaram a criar o ambiente revolucionário que conduzirá à República. Talvez o poeta mais popular da sua época, embora hoje se lhe reconheçam contradições e efeitos fáceis. Mas não deve esquecer-se o que há de original e poderoso na sua obra: o extraordinário sentido de caricatura, uma capacidade quase primitiva de exprimir as ideias em símbolos vivos e, ainda, a riqueza verbal e de imagens com que contribuiu para a renovação do verso português.

Não é fácil falar de Guerra Junqueiro. Não porque dele não haja que dizer, mas, ao contrário, porque dele há muito que dizer.

Têm sido variadas as considerações que se têm tecido a seu respeito, da sua vida quanto da sua obra, em verso principalmente. Talvez isto se deva a circunstâncias muito reais: de carácter pessoal, uma, a riqueza da sua personalidade aliada à grandeza da sua poesia; de carácter circunstancial, outra, a época em que viveu, com toda a sortida gama das suas variantes.

Às vezes, nós não somos só nós, mas nós e as nossas circunstâncias, nós e a época em que vivemos. Junqueiro entusiasmou-se com a época em que viveu, assumiu-a em pleno e com ela se identificou.

Balzac dizia que « é um sinal de mediocridade ser-se incapaz de entusiasmo ». Junqueiro não queria ser medíocre. « com jamais se faz algo de grande sem entusiasmo », no dizer Emerson, Junqueiro vive os problemas que o rodeiam, envolve-se neles e luta.

Assim terá sido a vida de Guerra Junqueiro.

Com as todas dificuldades que o assunto comporta, falemos de Guerra Junqueiro: do homem, do grande poeta que foi, de infatigável e acérrimo lutador político, do «« ateu » sui generis », fixando-nos, de preferência, sobre a sua faceta religiosa, por ventura, uma das mais apontadas e discutidas características junqueirianas, dado o acentuando tom de anticlericalismo da época em que viveu.

Em 1850, numa pacata vila de Trás-os-Montes, Freixo de Espada à Cinta, sobranceira ao rio douro, com Espanha a acenar-lhe, em frente, nasceu Abílio Guerra Junqueiro. Diga-se, de passagem, que seus pais o educaram religiosamente, o que, muito naturalmente e até sem se dar conta, por ventura, havia de condicionar e até determinar uma boa parte da sua obra poética.

Aos 16 anos, matriculou-se na faculdade de Teologia, na universidade de Coimbra. Pensaria, então, Abílio Guerra Junqueiro ser um padre de Igreja Católica.

Desistindo deste curso, matriculou-se, uns dois anos depois, em direito, vindo a concluir a sua licenciatura, em 1873.

Inicia Guerra Junqueiro a sua Carreira literária, duma maneira altamente promissora, em « folha », jornal literário, da direcção de João Penha. Aqui cria óptimas relações de amizade com alguns dos melhores escritores e poetas do seu tempo.( ... )

Foi em Lisboa, na madrugada de 7 de Julho de 1923.

Na véspera, haviam chamado o Santo padre Cruz para lhe ministrar os últimos sacramentos da igreja católica, pois, segundo pedido do próprio Guerra Junqueiro, antes queria um Santo que um Teólogo. O padre Cruz já não chegara a tempo.

Guerra Junqueiro foi um grande poeta e um grande peregrino.

Obras Principais

Pátria
Finis Patrie
Musa em Férias
Os Simples
A Velhice do Padre Eterno
Horas de Combate
A Morte de D. João

Fonte: BragançaNet

1 comentário:

Anónimo disse...

Mais conhecido por o poeta Anibal Gon...
hmmmm.....
parece-me o Guerra Junqueiro...
.........
Vê lá onde poes a assinatura Aníbal, parece-me que queres destacar mais o teu nome do que a própria fotografia...