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domingo, 14 de outubro de 2012

Miradouro

No miradouro do Penedo Durão.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Miradouro da Cruzinha (Lagoaça)

Este miradouro, estrategicamente situado em frente da meseta castelhana onde pontifica a vila de Aldeadávilla que dá o nome à enorme barragem que aqui se construiu, tem uma paisagem profundamente transmontana. Num declive acentuado, o vale profundo do Douro apresenta as suas indomáveis e características arribas que pelo labor épico do Homem transmontano, foram transformadas em pequenos jardins de oliveiras, divididos por socalcos até onde os nossos olhos alcançam, transmitindo aos nossos sentidos um respeito contemplativo da natureza.
Lá em baixo, no fundo, o outrora selvagem rio Douro assemelha-se a um tranquilo espelho de água, dirigindo-se mansamente para sul e reflectindo as sombras das grandes aves planadoras que neste local têm os seus habitats. É o caso da Águia – real, da Cegonha – preta, do Abutre do Egipto e especialmente do Grifo, localmente chamado abutardo, cuja envergadura de 2,30m é presença vigilante nos céus e ravinas de todo este troço duriense.
 Fonte do texto: Câmara Municipal de Freixo de espada à Cinta

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Na Ribeira do Mosteiro

13-07-2008 Este Blogue chama-se À Descoberta, e, tal como todos os restantes da mesma série, exigem uma acção, a acção de descobrir, de destapar, de mostrar, ainda que sob determinado olhar, neste caso, o concelho de Freixo de Espada à Cinta. Foi com esse espírito que “desafiei” a família para uma visita ao concelho.
Planeei um passeio de encontro a muitas recordações, visitando locais que vivemos há muitos anos atrás. Em traços largos, entraríamos no concelho por Ligares, desceríamos a Estrada do Candedo até ao Rio Douro, seguiríamos até Freixo de Espada à Cinta para almoçar. De tarde, visitaríamos a vila, faríamos um passeio ao Penedo Durão e terminaríamos a tarde na praia fluvial da Congida. Sairíamos da vila em direcção à Estação de Freixo. Este percurso era ambicioso, mas parece-me bastante indicado para quem quer conhecer o concelho.
Desde que deixámos Torre de Moncorvo, tudo nos parecia familiar! Até parecia que não tinham passado 14 anos, desde que fizemos este percurso pela última vez!
Chegámos a Ligares rapidamente. Fizemos uma curta paragem no largo, junto à Capela de Santa Cruz, admirando a antiga aldeia. São visíveis bastantes melhoramentos, é uma grande aldeia que valerá bem uma visita, numa outra oportunidade.

Ao longo da estrada N325 conhecida pela Estrada do Candedo surpreendeu-me a nudez dos montes. A Primavera já se reduziu a cores de palha, intercalando com alguns olivais ou amendoais abandonados.
Quando chegámos junto da Ribeira do Mosteiro, abrandámos a marcha. Esta paisagem é para ser admirada com calma, com tanta calma que me apetecia abandonar o automóvel e perder-me pelos montes, admirando cada vale, cada formação rochosa.
Tentei recuperar da memória todo o conhecimento de uma série de ciências terminadas em “gia” ou “fia”, mas faltavam-me as palavras para chamar às coisas pelos nomes. No entanto, penso que consegui interessar os pequenos, chamando-lhes a atenção para os dobramentos nas rochas quartzíticas. As rochas duríssimas apresentam dobras que parecem ter sido feitas com a mesma facilidade com que se torce a massa de fazer o pão.
O imaginário começou a funcionar quando avistámos a ponte sobre a ribeira, que se prolongava encosta acima levando, algures, a locais repletos de mistérios rupestres e medievais. Recordo-me de ter subido um troço dessa calçada, há quase vinte anos.

Esta calçada, conhecida por Calçada de Alpajares, é um percurso pedestre a não perder, para os amantes da história e da natureza. É um bom desafio para partir À Descoberta.
Um ponto de paragem obrigatória são as Alminhas de Candedo. Neste local há muita informação sobre a fauna, a flora, geologia e percursos. É um local único, que pouco tem a ver com a paisagem do Nordeste trasmontano. Parece que se viaja atrás no tempo, sentindo-nos pequenos, como que esmagados pelas montanhas circundantes, talvez construidas por ciclopes, onde Polifemo se esconde e nos vigia. As alminhas afastam a imaginação dos deuses pagãos, lembrando-nos que Jesus, o mesmo que ali está crucificado, moldou a face da terra, mas, no cansaço do sétimo dia, não conseguiu organizar o xisto, o quartzo e o granito que aqui, no Muro de Abalona, ainda esperam há milhões de anos pelo seu espaço.
Vêem-se pequenos pontos contra o azul dos céus. São aves muito grandes mas que voam a muita altitude. Possivelmente são grifos, também eles animais míticos. Esta visão lembrou-me que ainda havia muito caminho para percorrer.

Descemos lentamente até à estrada N221 e seguimos em direcção a Freixo. Apenas fizemos uma paragem mesmo por baixo do Penedo Durão, para admirarmos a paisagem em redor, o próprio Penedo Durão, sobre as nossas cabeças, o Salto de Saucelle e as formações graníticas do outro lado do Douro.
Era perto da uma da tarde, hora de almoçar, em Freixo.

O passeio continua...