domingo, 16 de março de 2014

1.º Passeio Pedestre das Amendoeiras em Flor

Parece coincidência, ou talvez não, quando se fala da calçada de Alpajares este blogue ganha de novo vida! Não posso esconder que o contacto com a natureza me atrai e, embora o concelho tenha um bom conjunto de locais de cortarem a respiração de beleza, à calçada não consigo resistir.
Havia várias razões para uma visita a Freixo mas o 1.º Passeio Pedestre das Amendoeiras em Flor foi uma razão que pesou bastante. Realizou-se no dia 8 de Março, integrado no programa das Amendoeiras em Flor.
Esta caminhada cobria a distancia de 15 Km, desde a Ribeira do Mosteiro a Freixo de Espada à Cinta e foi classificada com grau de dificuldade Difícil. Não sei se foi por isso, mas os participantes não foram muitos, na ordem das 3 dezenas, quase todos do concelho.
Surpreendeu-me, logo no local da partida, a presença de crianças e pessoas com bastante idade. Afinal o grau de dificuldade não ia ser impeditivo.
A caminhada iniciou-se perto da foz da Ribeira do Mosteiro, junto ao rio Douro, a pouco mais de 170 metros de altitude. O local está sinalizado, com traçado do PNDI, o único percurso sinalizado no concelho. Ao todo este percurso tem 7,5 km, é circular, mas não ia ser percorrido na totalidade nesta caminhada.
A primeira parte do percurso segue em sentido contrário à Ribeira do Mosteiro, até um pontão, depois da Quinta do Lameirão, onde se inicial a calçada. Achei curiosa a existência das ruínas de uma ponte na ribeira, com o nome de Ponte do Diabo. A história e o nome são os mesmo de uma ponte que existia sobre o rio Tua, muito próximo de Abreiro.
O dia estava excelente com o sol a brilhar e os campos mostravam já toda a exuberância do início da primavera. As flores já apareciam por todo o lado, mas a esperança estava nas Amendoeiras, mas só na parte mais próxima da vila de Freixo.
A calçada foi percorrida, lentamente, com frequentes paragens para apreciar a paisagem ou observar as espécies vegetais. Não sabia que esta zona é frequentada por cegonhas negras, por isso não prestei atenção. Os grifos mostraram-se por diversas vezes.
Sensivelmente a meio da subida até ao castro de S. Paulito encontra-se a Fraga do Gato, com pinturas rupestres representando dois animais: uma a vermelho, podendo ser uma lontra e outra a negro, que eu nunca tinha visto, mas que representa um bufo, com toda a perfeição!
No ponto mais alto da calçada fica o castro de S. Paulito, onde para além de outras coisas podem ser observadas sepulturas escavas nas rochas.  A paragem não foi grande, havia ainda muito caminho para percorrer.
A parte mais difícil da caminhada foram as centenas de metros seguintes. Embora a subida não seja tão íngreme como na calçada, o facto de não haver calçada e não se fazerem paragens e também o sol intenso trouxeram alguma dificuldade. O caminho seguido passa próximo do marco geodésico da Ferreira a 622 metros de altitude.
Já tinha feito este percurso, mas em sentido inverso, desde o Penedo Durão à Calçada de Alpajares.
Passámos por vários bebedouros, não sei se destinam à caça, ao gado, ou a ambos.
Já com Poiares à vista, fletimos à direita em direção à aldeia, passando junto ao Cabeço da Raposa.
Na sede da Junta de Freguesia de Poiares iria ser servido o mata-bicho. Aproveitei um tempo de pausa, enquanto esperávamos que chegassem todos os participantes, para fazer um passeio rápido pela aldeia.
O mata-bicho foi farto e diversificado. Apreciei principalmente a bola de carne e outra bola, não sei se seria de azeite, que comi com fatias de queijo. Não faltaram o vinho de Freixo e boas laranja.
Já me parecia a mim que estávamos perto, mas tínhamos ainda mais de duas horas de caminho pela frente.
As amendoeiras começaram a aparecer e concentrei a minha atenção nelas. Estavam em plena época de floração. À Medida que nos aproximávamos de Freixo a quantidade de amendoeiras ia aumentando.
 Descemos a Serra de Poiares pela Quinta dos Milagres. Aqui já havia amendoais extensos em flor. O grupo seguia bastante espalhado, a um passo muito lento denotando já bastante cansaço. Isso dava-me tempo de fazer paragens frequentes e até a puder acercar-me mais das árvores.
Já passava das duas da tarde quando chegámos ao Pavilhão Multiusos em Freixo de Espada à Cinta. O almoço volante estava pronto e já apetecia. Saborosas sandes de porco no espeto, agora sim, "regadas" com bom vinho. Foi um bom momento de convívio para aprofundar os contactos estabelecidos ao longo da caminhada. Acompanhei quase sempre participantes de Lagoaça mas também um casal de espanhóis, já entrados na idade mas uns jovens de espírito.
Terminada a refeição ainda houve algum tempo para um passeio pela zona histórica de Freixo e para uma visita à XIVª Feira Transfronteiriça das Arribas do Douro e Águeda.